Dólar recua pelo 5º dia consecutivo, com menor pessimismo doméstico
SÃO PAULO, 25 Fev (Reuters) - O dólar continuou a trajetória de queda nesta terça-feira, fechando em baixa ante o real pela quinta sessão consecutiva, ainda refletindo o menor pessimismo com o cenário doméstico após o governo sinalizar política fiscal mais consistente.
A moeda norte-americana recuou 0,28 por cento, a 2,3410 reais na venda, após bater 2,3295 reais na mínima do dia. Só nas últimas cinco sessões, o tombo foi de 2,36 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.
"Houve uma melhora bem acentuada no ânimo em relação ao Brasil nos últimos dias. Com isso, o dólar caiu bastante", afirmou o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.
Os mercados financeiros brasileiros vêm sendo beneficiados por uma onda de alívio nas últimas sessões, após o anúncio da nova meta de superávit primário para 2014 ser encarado como algo mais crível pelos investidores.
Com isso, os investidores, sobretudo estrangeiros, começaram a desmontar posições cambiais compradas, trazendo o dólar abaixo do piso informal de 2,35 reais. Apesar das consistentes quedas, parte dos analistas ainda espera que a divisa norte-americana possa retomar o caminho de alta.
"Eu ainda analiso isso como um respiro, não como uma tendência", disse o gerente de operações do banco Confidence, Felipe Pellegrini.
A pressão baixista foi auxiliada também pela constante intervenção do Banco Central brasileiro no câmbio, que concluiu a rolagem integral dos swaps cambiais --equivalentes a venda futura de dólares-- que vencem em 5 de março, vendendo a oferta total de 11,05 mil contratos nesta sessão. O próximo lote de swaps vence em 1º de abril e equivale a 10,148 bilhões de dólares.
"O BC deve estar comemorando o sucesso da investida para a recuperação da confiança externa. Esse movimento ajuda na contenção inflacionária e pode, em momentos mais propícios trazer a cotação para 2,30 reais. Somente nesse patamar poderemos ver algum tipo de atuação diferente por parte do BC", escreveram analistas da corretora Lerosa Investimentos em relatório.
Além disso, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais tradicionais --equivalentes a venda futura de dólares--, todos com vencimento em 1º de dezembro deste ano, em operação com volume equivalente a 197,4 milhões de dólares. O BC também ofertou contratos para 1º de agosto, mas não vendeu nenhum.
Após o fechamento dos mercados, o BC anunciou mais um leilão diário nas mesmas condições para quarta-feira.
Na reta final do pregão, o dólar reduziu as perdas, com investidores aproveitaram as cotações baixas para comprar dólares, num pequeno movimento de ajuste.
"Ninguém esperava que caísse tanto. Isso acaba atraindo mais comprador", disse o operador da corretora Advanced Glauber Romano.
O pregão foi marcado ainda pela expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) elevará a Selic em 0,25 ponto percentual, a 10,75 por cento, na quarta-feira, desacelerando o passo do atual ciclo de aperto monetário.
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