Idosa de 103 anos é mantida em quarto pequeno e sujo em Barbacena
Segundo a polícia, senhora se recusa a deixar o local e demonstra carinho pela família
A Polícia Civil de Barbacena, na Zona da Mata, está apurando um suposto caso de maus tratos contra uma idosa de 103 anos. Depois de receber a denúncia feita pela Promotoria do Idoso, a delegada Flávia Murta foi até a casa onde mora a senhora e a família dela e a encontrou vivendo em condições precárias. De acordo com a delegada, a mulher fica em um cômodo muito pequeno nos fundos da casa da failha dela. O local, bastante sujo, apresentava odor de urina e fezes. Além disso, a idosa chegou a reclamar que estava com fome para os policiais.
Flávia explica que mesmo com a idade avançada, a mulher é "lúcida" e apenas apresenta dificuldade de audição. Em conversa com os policiais, ela se recusou terminamente a deixar o local e resistiu até mesmo a comparecer à delegacia para prestar depoimento. Uma assistente social da prefeitura foi chamada, mas não conseguiu convencer a senhora. Ela só concordou em ser ouvida depois que a neta dela chegou ao imóvel. Segundo a delegada, é ela quem cuida da avó e da mãe, que está em estado terminal de câncer.
— A neta explicou que foi a idosa mesmo quem preferiu ficar deslocada da casa e que a família achou até melhor, porque ela não sabe que a filha está em estado terminal. E a senhora também afirma que gosta de lá, demonstra que quer ficar naquele cantinho.
A policial ressalta ainda que as investigações não apontam que a idosa sofra violência física, Segundo Flávia, a senhora fez questão de demonstrar o tempo todo que tem carinho pela neta. Mesmo assim, a delegada avalia que a forma como ela está instalada não é adequada.
— A gente percebe muito carinho, mas realmente as condições de higiene e atenção está precárias. Elas precisam rever esta forma de cuidado com ela
De acordo com a delegada, "somos legalmente responsáveis por nossos idosos" e, por isso, a família será orientada para tomar esta responsabilidade. A idosa tem três outras netas que não auxiliam nos cuidados necessários e, por isso, Flávia acredita que a Justiça tomará providências para que elas sejam "chamadas para dividir esta responsabilidade".
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