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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Morte de George Floyd: 'Por que eu não quis ver o vídeo em que ele é sufocado por policial'


Desde que o vídeo mostrando um policial na cidade de Minneapolis sufocando George Floyd com seu joelho se tornou viral tem sido quase impossível evita-lo.
Mas eu, uma mulher negra, decidi que desta vez não vou assistir a esse vídeo.
Para mim, é mental e fisicamente desgastante assistir a mais um negro desarmado morrendo por causa de uma prisão feita por um policial branco.
Eu sei que muita gente vai me dizer que eu deveria celebrar que o vídeo se tornou viral porque revela uma verdade — a de um problema social sistêmico profundo que ocorre há séculos nos Estados Unidos. Para um jornalista, o que é mais importante do que revelar a verdade?
Traumático

Mas, ao longo dos anos, descobri que existe uma tênue linha entre expor atos horríveis e preservar minha sanidade mental — especialmente quando a história em questão é tão ligada à minha própria experiência.
Acho que qualquer pessoa que for assistir a esse vídeo vai ficar perturbada, mas, para uma pessoa negra como eu, essa perturbação vai além. Imagens como essa podem servir de gatilho para um trauma.
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George Floyd gritava que não conseguia respirar ao ser imobilizado por um policial

Chorando quatro vezes por dia

Quando conversei com Nia Dumas, uma afro-americana de 20 anos que mora nos Estados Unidos, ela disse que não conseguia parar de chorar ao ver os últimos momentos da vida de George Floyd.
"Eu me via chorando às vezes quatro vezes por dia desde que assisti ao vídeo", diz ela. "Foi muito traumático."
Nia mora em Cleveland, no Estado de Ohio, onde convive com muita violência. Quando estava crescendo, imagens de pessoas negras sendo mortas eram uma constante em sua vida.
"Se não é George Floyd, é outra pessoa. É demais para mim", ela diz.
"Assistir a esse vídeo me despertou memórias de quando Trayvon Martin foi morto. Eu tinha onze anos de idade na época e é louco que eu siga vendo coisas assim há anos. Estou cansada disso."
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A estudante Nia mora no Estado americano de Ohio
Trayvon Martin era um jovem de 17 anos que foi assassinado por um vigilante comunitário voluntário na Flórida. O autor da morte foi inocentado em 2012, ao alegar que o ato foi em legítima defesa. Martin estava desarmado quando foi morto.
Foi após o assassinato de Trayvon que surgiu pela primeira vez a hashtag Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).

'Eu me sentia arrasado'

Desde então, a hashtag foi usada milhares de vezes.
Toni Adepegba, um jovem negro britânico, me falou sobre o impacto do racismo na sua saúde mental.
"Foi um mês pesado", ele diz. "Eu mal havia me recuperado de ver o assassinato de Ahmaud Arbary quando, de repente, tudo aconteceu de novo."
Ahmaud Arbery, de 25 anos, havia saído para correr na rua quando foi morto a tiros depois de se envolver em uma discussão com um pai e o filho deste no Estado da Geórgia.
Para Toni, ver os momentos finais da vida de George Floyd foi uma experiência avassaladora demais.
"Eu não tenho palavras para descrever o que estou sentindo. Eu me sinto arrasado. Eu me sinto cansado, porque estes homens poderiam ser eu."
No mesmo dia, ele já havia assistido a outro vídeo viral em que uma mulher branca de Nova York tinha chamado a polícia para denunciar um homem negro. O homem havia meramente pedido que a mulher colocasse uma coleira em seu cão, o que é uma regra no Central Park, onde eles estavam.
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Operador de câmera Toni Adepegba: 'Poderia ter sido eu'

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